domingo, 5 de junho de 2011

CANSAÇO




O amor está cansado
vivem nele desastres aéreos
mortes sem fim de guerras apátridas
holocausto e hibernações.
está como fruta madura
quando cai do pé, morre.
está no fim de seus dias
Os quatro cavalos, há milhares de anos
Batem cascos.
Não vicejam mais os campos
Os rios morrem de sede
Os mares cospem seu desespero e sua solidão.
As terras se contorcem em desertos
igual meu coração
Porque, cheio de medo e pavor
o amor fugiu do mundo.
Buscou, em todas galáxias
a salvação
O universo não tem piedade.
Porque a teria, se na Terra seu fruto apodrece?
Porque teria se exauriu seu sumo até o fim?
Houve vozes
Que, ainda hoje, ecoam no Infinito
alguns a regurgitam
como se pasto fosse
Não quero regurgitar
quero voltar no tempo
mesmo que tenha que vomitar
a dor que causei
Olho ainda o Infinito
e peço clemência
por tanto que me doei à dor
que me circundava.
Vendida, aflita por preço tão vil
eu te peço Amor,
não permita que eu também te abandone.
O amor clama por integridade.

Vana Comissoli

Nenhum comentário:

Postar um comentário